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Quem deve assumir o papel de liderança no uso da Inteligência Artificial no tratamento dos pacientes?

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Por Marcos Tadeu Machado

Na área da saúde, a inteligência artificial (IA) tem sido uma ferramenta cada vez mais utilizada no tratamento de pacientes. Desde ajudar a diagnosticar doenças, tratamentos clínicos, no planejamento cirúrgico, conduzir pesquisa e administrar recursos, a IA se mostra uma importante aliada dos profissionais de saúde. Entretanto, surge a questão: quem deve assumir o papel de liderança no uso desta tecnologia no tratamento dos pacientes?

A resposta não é simples, já que o uso representa uma interação complexa entre diversos profissionais e tecnologias. Podemos destacar alguns papéis que são fundamentais para a adoção responsável da IA na assistência à saúde.

Em primeiro lugar, destaca-se a importância dos médicos. É necessário que estejam capacitados a compreender as informações geradas pela IA e utilizá-las de forma adequada, em conjunto com os dados clínicos do paciente. Eles devem ser capazes de avaliar a qualidade dos algoritmos utilizados pela ferramenta e garantir que suas decisões clínicas sejam baseadas nas melhores evidências disponíveis.

Além dos médicos, é importante ressaltar a participação dos profissionais de tecnologia da informação (TI). Esses profissionais são responsáveis pela gestão da infraestrutura tecnológica necessária para a implementação da IA. Eles devem garantir que os sistemas sejam seguros, confiáveis e compatíveis com as políticas de privacidade e segurança dos dados do paciente. Cada um deles pode trazer perspectivas valiosas, que contribuem para a implementação e utilização bem-sucedidas desta tecnologia.

Vale citar ainda o paciente (ou sua família). Ao adotar tecnologias de IA no tratamento, o enfermo se torna um participante ativo em sua própria saúde, pode monitorar seus próprios sinais vitais e contribuir ativamente, em conjunto com o médico.

Por fim, destaca-se que a liderança no uso da IA na saúde deve ser uma responsabilidade compartilhada. A colaboração entre médicos, profissionais de TI, pacientes e outros profissionais de saúde é fundamental para garantir a adoção responsável e segura da inteligência artificial na assistência à saúde.

 

Marcos Tadeu Machado é membro do Conselho de Administração do Instituto Ética Saúde e um dos seus fundadores.

 

* A opinião manifestada é de responsabilidade do autor e não é, necessariamente, a opinião do IES

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Antonio Fonseca
17 de abril de 2023 17:29

Marco, parabéns pelo artigo. Sobre a quem acabe a liderança no uso da tecnologia de IA, você especificou três agentes: medico, profissional de TI e paciente/responsável. A resposta é válida, principalmente quanto aos eventos dos quais tais agentes participem. Vale acrescentar, também, quanto à supervisão, autorregulação e auditoria, o diretor clínico ou posição equivalente, a instância de compliance (quando houver), comitê técnico ou conselho (administração ou consultivo). Enfim, a liderança pode caber a agentes que atuem no campo operacional, executivo ou de governança. Depende da complexidade da organização.