Por Patrícia Braile
No Dia Internacional da Mulher, é essencial destacar o papel crucial que as mulheres desempenham no setor da saúde e a importância da ética nesse contexto. A interseção entre gênero e saúde levanta questões que merecem atenção especial.
As mulheres representam uma parcela significativa da força de trabalho na área da saúde, atuando como médicas, enfermeiras, pesquisadoras e profissionais de apoio. Sua presença é vital para garantir uma prestação de cuidados sensível e compassiva, muitas vezes atendendo às necessidades específicas das pacientes mulheres.
Mas, assim como em outros segmentos, nós enfrentamos obstáculos. Um exemplo claro disso é a disparidade de gênero na pesquisa médica. Muitos estudos clínicos ainda excluem mulheres de seus ensaios, ou não analisam os dados de forma diferenciada. Isso pode resultar em tratamentos menos eficazes ou adequados para mulheres, além de contribuir para a perpetuação de estereótipos prejudiciais.
Além disso, questões de ordem ética proliferam quando o assunto se refere à autonomia das mulheres em relação à sua saúde.
Outro aspecto crítico é a violência contra as mulheres. Sabemos que inúmeras pacientes enfrentam abuso físico, sexual ou psicológico, muitas vezes pelas mãos daqueles que deveriam garantir o devido respeito e cuidado. Isso não apenas viola os princípios éticos fundamentais da vida humana, mas amedronta e pode impedir que mulheres busquem ajuda quando mais precisam.
Diante desses desafios, é crucial adotar uma abordagem ética mais sensível às questões femininas na saúde. Precisamos falar mais sobre o tema. Isso envolve garantir a igualdade de acesso aos serviços de saúde, promover a inclusão de mulheres em pesquisas médicas e proteger a autonomia e a segurança das pacientes.
À medida que celebramos o Dia Internacional da Mulher, devemos lembrar que a saúde das mulheres é uma questão de direitos humanos e justiça social. Ao priorizar a ética na saúde e reconhecer as necessidades específicas das mulheres, estaremos não apenas fortalecendo nosso sistema de saúde, mas também promovendo a justiça, a dignidade e o bem-estar de toda a sociedade.
O Instituto Ética Saúde, que atua para promover um ambiente de negócios mais ético no setor da saúde, defende que para construir uma sociedade digna e saudável é preciso garantir a sustentabilidade, a segurança do paciente e a igualdade entre gêneros.
O respeito aos direitos fundamentais das mulheres deve ser tema incansável e central para que um dia possamos afirmar que somos uma sociedade ética e equitativa.
De fato hoje, quando comemoramos o Dia Internacional da Mulher, vale lembrar que a luta não pode parar e que unidos encontraremos os caminhos éticos para vencer tantos desafios.
Patrícia Braile é advogada, empresária e vice-presidente do Conselho de Administração do Instituto Ética Saúde
* A opinião manifestada é de responsabilidade da autora e não é, necessariamente, a opinião do IES.
Na luta pela igualdade, as mulheres desafiam fronteiras, quebram padrões e redefinem o significado de poder. Como Maya Angelou disse sabiamente: “Cada vez que uma mulher se levanta em defesa de si mesma, ela se levanta em defesa de todas as mulheres.” Essa união de vozes e forças é a essência da transformação social e do avanço rumo a um mundo mais justo e equitativo.